16 de outubro de 2019 | Artigos
Eu sou o vegano que pousou em sua sopa
Quando falo sobre abolicionismo vegano por aqui, percebo que muitas pessoas estão acordando para realidade de que o boicote às grandes empresas exploradoras se faz muito necessário e é a ponta do iceberg.
Mas, em contra partida, percebo também que muitos veganos defendem com unhas e dentes o veganismo estratégico, o qual se baseia na simples ideia de que ao consumir mais produtos “veganos” de empresas que fazem testes e exploram animais e humanos, algum dia elas se tornarão boazinhas e irão parar com todo mal que fazem ao mundo.
Muitos estão comprando o discurso de alguns youtubers e blogueiros, que estão claramente deturpando o veganismo, pois falam aquilo que o público quer ouvir e dão “licença” para que os novos veganos usem o discurso “boicoto produtos, não empresas” a rodo por aí. Quando um argumento se resume a uma frase com apenas 4 palavras e nada mais, comece a desconfiar.
Não estamos lutando nessa causa para agradar ninguém, nem para ganhar popularidade (como muitos por aí). Como aponta o título que dei a esse artigo, nós, abolicionistas, somos as moscas e viemos para incomodar, fazer as pessoas questionarem o sistema, os produtos que compram e a maneira que vivem. O veganismo é também um ato político, mas muita gente acha que veganismo se resume a montar um prato sem ingredientes de origem animal. Veganismo não é dieta.
Percebo que muitas pessoas, após aderirem à causa, param por aí. Param de pesquisar, de se atualizar, de se questionar… Quando sabemos que o veganismo é um ato constante na busca da liberdade animal e humana. Por isso precisamos sempre estar em movimento e continuar questionando as “verdades” que querem nos enfiar goela abaixo.